A PRINCESA E O PLEBEU
- eraquaseamor
- 24 de mai. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 3 de dez. de 2020
Foi uma paixão arrebatadora. Juliana, 22 anos, universitária, prestes a virar gerente do banco. Comunicativa, charmosa, bonita e filha de fazendeiros do café. Namorava um colega de escola e parecia sempre feliz. Leonardo, segurança do banco, só estudou até o Ensino Médio. Família simples de 11 irmãos. Usava um aparelho nos dentes, que o impedia de falar com clareza. Tinha 27 anos, era virgem e evangélico.
Trabalhar com Juliana, passou a ser o seu prazer. Ele a admirava. Era impressionante a inteligência daquela moça e a capacidade de desempenhar seu papel com competência. Seu sorriso cativante o encantava profundamente.
Até que um dia, surgiu a oportunidade de uma carona. Juliana tinha carro. Leonardo não. No caminho, uma sensação estranha de que aquele seria o momento exato para um encontro de almas. E assim, Leonardo arriscou um beijo na parada do semáforo. Juliana não demonstrou resistência e, logo, aquele beijo mudou o rumo de tudo.
Foram dois anos de amor, carinho e momentos inesquecíveis. Ela o apresentou ao sexo. Foram noites de carícias, suor, saliva e promessas de amor eterno. Viajaram juntos para destinos paradisíacos. Ela o incentivou a comprar um carro. Planejavam o futuro e viviam intensamente o presente.
Uma promoção e transferência de agência, tirou Juliana e Leonardo do convívio diário no trabalho. E, como era de se esperar, Augusto, um novo colega da empresa, gerente assim como ela, investiria naquela mulher tão charmosa. Ela não resistiu e se entregou.
Leonardo passou dias e dias telefonando para a namorada, que já não atendia com tanta empolgação. Isso, quando atendia. E o segurança, percebendo que havia perdido seu amor, decidiu ir mais cedo à tal agência para tirar a dúvida. Assim que Juliana chegou, ele já estava na rua. Desesperado, tentou conversar com moça, buscando explicações para tudo aquilo. Mas, ele percebia no olhar dela que não havia mais espaço para ele. Num impulso, ele deu um tapa na cara da namorada. Arrependido, se trancou no carro e ameaçou se matar. Juliana gritava, suplicava para ele não fazer aquilo. A rua vazia, não dava a oportunidade de um socorro.
Augusto apareceu e Juliana correu ao seu encontro, tentando buscar uma solução. O novo amor a encaminhou para dentro da agência até que tudo se acalmasse.
O silêncio, até que enfim, prevaleceu. E Juliana se recompôs já que, naquela tarde, participaria de uma festa de premiação da empresa. Ela precisava estar linda e tranquila já que, além de todos os colegas de trabalho, sua família, tão orgulhosa, também estaria presente no evento.
Hora de ir ao salão, ainda com o coração doendo com a situação que viveu, Juliana entra no carro e percebe que ele está coberto de bilhetes: VAGABUNDA!, VOCÊ DESTRUIU MINHA VIDA! VOCÊ NÃO VALE NADA!
Respirou fundo. Tirou os bilhetes e seguiu seu caminho. Ela sabia que ele tinha razão na dor que sentia.
Horas mais tarde, ela entra, exuberante, de mãos dadas com Augusto, decidida a assumir o novo amor. E lá estava sua família, perplexa, perdida e envergonhada.
Minutos antes da chegada de Juliana, Leonardo entrou no evento e foi apresentado a todos como o namorado da gerente. Sem dizer nada, ele circulou pela festa, até ficar conhecido suficientemente para ir embora e deixar sua marca.

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